quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Se você dançar com duendes! 👺

     Em tempos antigos vivia um fazendeiro que tinha um tumor do tamanho de uma pera na bochecha direita. Um dia, quando foi até a floresta buscar lenha, ele foi surpreendido por uma tempestade e se abrigou dentro do oco de uma árvore, onde ele pode se proteger da chuva. Quando a tempestade finalmente parou, já era noite, e o fazendeiro não conseguiu encontrar o caminho para casa, então ficou no oco da árvore, esperando que amanhecesse.

     Era muito solitário e assutador na floresta, eo homem não conseguia dormir de medo e ansiedade. Por volta da meia noite, ele ouviu vozes e risos. Surpreso, ele colocou a cabeça para fora e viu diversos duendes, de muitas formas diferentes e rostos estranhos.



     Os duendes estavam perto da árvore do fazendeiro, se sentaram no tronco e começaram a beber. Quando beberam o bastante, começaram a cantar e dançar. O fazendeiro, que gostava de dançar e beber bom saquê, não pode ficar mais tempo escondido, pois o prazer dos duendes o contagiara.

     Então ele saiu do esconderijo e se aproximou dos dançarinos, que ficaram alarmados quando o viram e fizeram menção de fugir. Ele gritou para eles: -- Fiquem, vou lhes mostrar como dançar melhor -- e imediatamente ele começou a dançar, girando.

     Os duendes ficaram contentes com essa dança e tentaram imitá-lo, e lhe deram comida e bebida.

     Quanta alegria! A festa durou até de manhã.

     Então os duendes disseram -- Você nos alegrou com sua companhia. Por favor, volte amanhã à noite!

     O fazendeiro disse que voltaria, mas os duendes queriam um juramento de que o faria. -- Sabe -- um dos duendes lhe disse -- podemos tirar seu tumor, e você pode têlo volta amanhã quando voltar.

     Dizendo isso, o duende tocou a bochecha do fazendeiro e tirou o tumor. Então eles correram para longe, rindo e gritando para que ele não se esquecesse de voltar na noite seguinte.

     O fazendeiro tocou seu rosto, que estava liso e sem nenhum traço do tumor, nem mesmo uma cicatriz, e fez uma nota mental para ficar longe daquele e evitar os duendes, pois ele não queria o tumor de volta.

     Assim, ele voltou para casa satisfeito, e todos os aldeões que ele encontrou ficaram surpresos em ver que ele havia perdido o tumor sem deixar nenhum traço. Então ele contou como os duendes gostaram da sua dança, mas não disse nada sobre o fato de eles terem tirado o tumor como garantia de que ele voltaria.

     Nessa mesma vila vivia outro homem com um tumor no rosto, mas o seu ficava na bochecha esquerda.

     Quando soube da felicidade o seu vizinho, ele também quis se livrar do seu tumor encontrando os duendes.

     À noite ele foi até o local onde os duendes se reuniam. Mas ele só queria ouvir o que eles diziam, então se escondeu na mesma cavidade onde o outro fazendeiro se escondera antes.

     Os duendes não falam muito, mas pareciam estar esperando alguém, até que um deles finalmente disse -- Parece que nosso amigo de ontem não virá hoje!

     Quando o homem ouviu isso, começou a dançar e gritou: -- Aqui estou eu!

     Todos se alegraram, deram-lhe uma bebida e disseram para que ele mostrasse sua de novo.

     Mas ele era um mau dançarino, e não aguentava beber muito saquê, então sua dança era desajeitada e rígida. O duendes não acharam divertido ver o homem dançar, e gritaram: -- Você não está dançando tão bem quanto ontem, e hoje sua companhia não nos agrada. Vá embora e nunca volte aqui, não queremos nem nos lembrar de você. Pegue seu tumor de volta, tome!

     Um dos duendes pegou algo no bolso e o jogou no rosto surpreso do homem, atingindo-o na bochecha direita. Então eles o empurraram para longe e ele teve que voltar para casa com dois tumores.

     É isso que acontece quando sua mente invejosa deseja ter a mesma sorte que outros tiveram!

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Conto vide: Contos de Fadas JaponesesKarl Alberti.

 

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Quem isto ouvir e contar em pedra se há de tornar...