A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está num dragão, a coca das lendas portuguesas, tradição que foi levada para o Brasil na época da colonização.
No Brasil, a "Cuca" normalmente é descrita como tendo a forma de um jacaré com longos cabelos loiros. Isso na verdade se tornou mais popular por causa das várias adaptações para a televisão da obra infantil de Monteiro Lobato, o Sítio do Picapau Amarelo, onde a personagem era sempre representada por uma atriz com uma fantasia de jacaré de cabelo amarelo. No livro original "O Saci" escrito por Monteiro Lobato em 1921, a personagem é descrita apenas como uma bruxa velha com rosto de jacaré, e unhas compridas como as de um gavião.
O Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira traz cuca significando bicho-papão, coco, papa-gente, tutu, bitu, boitatá, papa-figo. A cuca é um bicho imaginário criado e usado para fazer medo às crianças choronas que não querem dormir.
Curiosidades
No Brasil a palavra cuca também pode ser o sinonimo de cabeça, mente.
"Cuca" ou "cuca de farofa" também é nome dado no Brasil ao Streuselkuchen, bolo típico alemão (lit. "bolo de flocos", em alemão: Kuchen = "bolo", Streusel = "granulado", "flocos").
Nas Cantigas
No Brasil umas das mais conhecidas "canções de ninar" é a Dorme nenem (folclore do Nordeste do Brasil, recolhido pelo historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo)
Nana nenemque a cuca vem pegarpapai foi pra roçamamãe foi trabalharDesce gatinhoDe cima do telhadoPra ver se a criançaDorme um sono sossegado
Na Literatura
O livro infantil O Saci é umas das mais memoraveis obras do escritor brasileiro Monteiro Lobato, que conta as varias aventuras de pedrinho e narisinho com os seres da floresta ao irem morar na chacara da avó Naná. O detalhe da estórea fica por conta da magia e a brasilidade que isso envolve pois priticamente todos os seres da floresta são baseados em lendas brasileiras. Como a Cuca, que é uma adaptação da lenta portuguêsa.
No Cinema
Versão do filme "O Saci"
A primeira versão audiovisual da Cuca, apareceu em um filme de 1951 chamado O Saci (filme), baseado na obra de Monteiro Lobato, onde a personagem era interpretada por uma atriz chamada M.Meneguelli. Mas, diferente de como é conhecida hoje em dia, a Cuca não era representada como uma jacaré femea de cabelos loiros, mas apenas como uma velha de roupas sujas e rasgadas.
Na Televisão
Nas duas versões do Sítio do Picapau Amarelo, produzidas pela Rede Globo, foram usadas cinco fantasias diferentes para a Cuca, na maioria das vezes, sendo sempre mostrada com corpo de jacaré, com exceção da versão do ano de 2007, onde a personagem é feita sem máscara por Solange Couto.
Na versão de 1977, a Cuca era um boneco de jacaré na cor verde escuro, com listras coloridas na barriga, e cabelos loiros compridos. Já em 2001, ela passou a ser representada usando um vestido vermelho com uma capa que lembravam a roupa usada pela madastra da Branca de Neve. Na temporada de 2003, a Cuca ficou mais gorda, com cabelos soltos e mais compridos, e ganhou uma nova roupagem amarela e verde. No ano de 2005, a personagem passou por novas mudanças, ficando com um aspécto mais feio e horripilante, e ganhando uma forma mais parecida com a Cuca do Sítio de 1977, com exceção do fato de que a Cuca dos anos 70 possuia listras coloridas na barriga, e pequenos olhos vermelhos (a Cuca de 2005 lembrava tanto a versão de 1977, que em 2008, quando foram lançados DVDs do "Sítio dos anos 70", foi usada por engano, uma foto da Cuca de 2005 no menu do DVD junto com as fotos dos atores da antiga versão de 1977.) A última mudança na fantasia da Cuca aconteceu no ano de 2007, diferente de todas as adaptações televisivas que já haviam sido feitas antes com a personagem, a Cuca dessa vez não era mais um boneco de jacaré, mas sim a atriz Solange Couto com maquiagem no rosto e dentes pontiagudos, usando um macacão verde.
Curioso é que no ano de 2008, algumas partes das fantasias da Cuca de 2001 e 2005 usadas pela Rede Globo, foram reaproveitadas na peça teatral "Sítio do Picapau Amarelo - O Musical", dirigida por Roberto Talma, que também havia sido o diretor da primeira temporada do Sítio em 2001. Na peça, a cabeça e o rosto da Cuca de 2005 foram usados junto com o corpo e vestido vermelho da Cuca de 2001, misturando as duas versões em uma só.
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