quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A história dos três porquinhos

ERA UMA VEZ, quando porcos faziam rimas,
Macacos mascavam tabaco,
Galinhas cheiravam rapé para ficarem fortes,
E patos faziam quac, quac, quac, Oh!

Havia uma velha porca que tinha três porquinhos, e como não tinha o bastante para sustentá-los, mandou-os partir em busca da sorte. O primeiro que se foi encontrou um homem com um feixe de palha, e disse a ele:
“Por favor, homem, me dê essa palha para eu construir uma casa.”

O homem assim fez, e o porquinho construiu uma casa com ela. Logo veio um lobo, e bateu à porta e disse:

“Porquinho, porquinho, deixe-me entrar.”
Ao que o porquinho respondeu:

“Não, não, pelos fios da minha barba, aqui você não vai pisar.”
A isto o lobo respondeu:
“Então vou soprar, e vou bufar, e sua casa rebentar.”
E assim ele soprou, e bufou, e fez a casa ir pelos ares e comeu o porquinho.
O segundo porquinho encontrou um homem com um feixe de tojo e disse:
“Por favor, homem, me dê esse tojo para eu construir uma casa.”
O homem assim fez, e o porco construiu a sua casa. Então apareceu o lobo e disse:
“Porquinho, porquinho, deixe-me entrar.”
“Não, não, pelos fios da minha barba, aqui você não vai pisar.”
“Então vou soprar, e vou bufar, e sua casa rebentar.”

E assim ele soprou, e bufou, e bufou, e soprou e finalmente fez a casa ir pelos ares e devorou o porquinho.
O terceiro porquinho encontrou um homem com um fardo de tijolos, e disse:
“Por favor, homem, me dê esses tijolos para eu construir uma casa.”

O homem deu-lhe então os tijolos e ele construiu sua casa com eles. Logo veio o lobo, como tinha feito com os outros porquinhos, e disse:
“Porquinho, porquinho, deixe-me entrar.”
“Não, não, pelos fios da minha barba, aqui você não vai pisar.”
“Então vou soprar, e vou bufar, e sua casa rebentar.”
Bem ele soprou, e bufou, e soprou e bufou, e bufou e soprou; mas não conseguiu pôr a casa abaixo. Quando descobriu que, por mais que soprasse e bufasse, não conseguiria derrubar a casa, disse:
“Porquinho, sei onde há um belo campo de nabos.”
“Onde?” perguntou o porquinho.

“Oh, nas terras do Sr. Silva, e se estiver pronto amanhã de manhã virei buscá-lo; iremos juntos e colheremos um pouco para o jantar.”
“Muito bem”, disse o porquinho, “estarei pronto. A que horas pretende ir?”
“Oh, às seis horas.”
Bem, o porquinho se levantou às cinco e chegou aos nabos antes de o lobo chegar (ele chegou por volta das seis). O lobo gritou:
“Porquinho, está pronto?”
O porquinho respondeu: “Pronto? Já fui e já voltei, e tenho uma bela panela cheia para o jantar.”
O lobo ficou muito irritado, mas pensou que conseguiria pegar o porquinho de uma maneira ou de outra. Assim, disse: “Porquinho, sei onde há uma bela macieira.”
“Onde?” perguntou o porquinho.
“Lá no Jardim Feliz”, respondeu o lobo. “E se não me enganar virei buscá-lo amanhã, às cinco horas, para colhermos algumas maçãs.”
Bem, na manhã seguinte o porquinho pulou da cama às quatro horas e foi colher as maçãs, esperando estar de volta antes que o lobo chegasse. Mas o caminho era mais longo, e ele teve de subir na árvore. Assim, bem no instante em que ia descer lá de cima, viu o lobo se aproximar, o que, como você pode supor, o deixou muito apavorado. Ao chegar, o lobo disse:
“Mas como, porquinho! Chegou antes de mim? As maçãs são boas?”
“São ótimas,” disse o porquinho, “vou lhe jogar uma.”
Jogou-a tão longe que, enquanto o lobo foi apanhá-la, o porquinho saltou no chão e correu para casa. No dia seguinte o lobo apareceu de novo e disse ao porquinho:
“Porquinho, há uma feira na aldeia esta tarde. Você vai?”
“Com certeza”, disse o porco, “irei. A que horas estará pronto?”
“Às três”, disse o lobo. Assim o porquinho partiu antes da hora, como de costume, e chegou à feira, e comprou uma desnatadeira, que estava levando para casa quando viu o lobo chegando. Não sabia o que fazer. Assim, entrou na desnatadeira para se esconder e com isso a fez girar, e ela foi rolando morro abaixo com o porco dentro, o que deixou o lobo tão apavorado que ele correu para casa sem ir à feira. Logo o lobo foi à casa do porco e contou-lhe o quanto se assustara com uma coisa redonda enorme que passara por ele, descendo morro abaixo. Então o porquinho disse:
“Ah, então eu o assustei. Eu tinha passado pela feira e comprado uma desnatadeira. Quando vi você, entrei nela, e rolei morro abaixo.”
Desta vez o lobo ficou de fato muito zangado e declarou que iria devorar o porquinho, e que entraria pela chaminé para pegá-lo. Quando o porquinho viu o que ele ia fazer, pendurou na lareira o caldeirão cheio d’água e fez um fogo alto. No instante em que o lobo estava descendo, o porquinho destampou a panela e o lobo foi parar lá dentro. Num segundo ele tampou de novo a panela, cozinhou o lobo, comeu-o no jantar, e viveu feliz para sempre.


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Quem isto ouvir e contar em pedra se há de tornar...