terça-feira, 17 de agosto de 2010

Boi da Cara Preta

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta

Não, não, não
Não o coitadinho
Ele está crorando, porque ele é bonitinho!

>> https://www.google.com.br/search?q=Boi+da+Cara+Preta&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjF7MnEkqrXAhVGE5AKHa8ODVIQ_AUICygC&biw=1366&bih=662#imgrc=1QI7NF2a0hhgtM:

Nana Nenem

Nana nenem
que a cuca vem pegar
papai foi pra roça
mamãe foi trabalhar
Desce gatinho
De cima do telhado
Pra ver se a criança
Dorme um sono sossegado

Atirei o Pau no Gato

Atirei o pau no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu:
Miau!

Ciranda Cirandinha

Ciranda Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar

O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou

Por isso dona Rosa
Entre dentro desta roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá se embora

Cantiga de roda

Cantigas de roda, cirandas ou brincadeiras de roda são brincadeiras infantis, onde tipicamente as crianças formam uma roda de mãos dadas e cantam melodias folclóricas, podendo executar ou não coreografias acerca da letra da música. São uma grande expressão folclórica, e acredita-se que pode ter origem em músicas modificadas de um autor popular ou nascido anonimamente na população. São melodias simples, tonais, com âmbito geralmente de uma oitava e sem modulações. O compasso mais utilizado é o binário, porém não raramente também o ternário e o quaternário. Entre as cantigas de roda mais conhecidas estão Roda pião, Escravos de Jó, Rosa juvenil, Sapo Cururu, O cravo e a rosa e Atirei o pau no gato.

Cantigas de Roda são um tipo de canção popular relacionada às brincadeiras de roda. Nesse sentido carregam uma melodia de ritmo limpo e rápido, favorecendo a imediata assimilação. Estão incluídas nas tradições orais em inúmeras culturas. No Brasil, fazem parte do folclore brasileiro, incorporando elementos das culturas africana, européia (principalmente portuguesa e espanhola) e indígena. Na matriz cultural brasileira têm uma característica interessante, que é a autoria coletiva (ou anônima) pelo fato de serem passadas de geração à geração. Atreladas ao ato de brincar, consistem em formar um grupo com várias crianças (ou adultos), dar as mãos e cantar uma música com características próprias, com melodia e ritmo equivalentes à cultura local, letras de fácil compreensão, temas referentes à realidade da criança ou ao seu imáginário, e geralmente com coreografias. As cantigas hoje conhecidas no Brasil têm origem européia, mais especificamente em Portugal e Espanha. As cantigas de roda são de extrema importância para a cultura de um país. Através delas dá-se a conhecer costumes, o cotidiano das pessoas, festas típicas do local, comidas, brincadeiras, paisagem, crenças. Normalmente tem origens antigas e muitas versões de suas letras, pois vão sendo passadas oralmente pelas gerações.

Ditado popular

Ditado popular ou Provérbio é uma máxima sentença de caráter prático e popular, ou consagrada pelo uso, de moral mais segura e severa que expressa em forma sucinta, e não raramente figurativa, uma idéia ou pensamento aplicando exemplos morais, filosóficos e religiosos.

Podem ser de autor desconhecidos ou conhecidos, como exemplo: Rei Salomão - "Até o insensato passará por sábio se estiver calado, e por inteligente se conservar os lábios fechados".

Ditado é a expressão que se mantém imutável através dos anos, constituindo uma parte importante de cada cultura.

Geralmente, os ditados populares servem como aconselhamentos.

Se Essa Rua Fosse Minha

Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passar

Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração

Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Foi porque
Só porque te quero bem

João Pestana

O João Pestana, uma entidade mítica do sono, é uma personagem da mitologia infantil portuguesa. O João Pestana é o sono a chegar, um ser muito tímido e assustadiço que chega devagar quando está tudo silencioso, foge ao mínimo barulho. Quando ele chega os olhos fecham-se as pestanas juntam-se, por isso nunca nenhuma criança o viu. É equivalente ao Predro Chosco, que deita nos olhos das crianças um grãozinho de areia para elas dormirem, e ao Sandman inglês. O João Pestana é tema frequente nas cantigas de embalar e nas rimas infantis. O João Pestana é sempre aguardado com ansiedade, contrariamente a outras entidades malévolas e assustadoras do sono como a Maria-da-Manta ou o Insonho.

Ditado Popular
João Pestana,
João Pestana,
Faz dormir
O menino
Na cama!

Canção de ninar
Já lá vem João Pestana
Pé ante pé voz que
não engana
Vem de longe já muito cansado
Pobre João, coitado
Faz ó, ó, Menino também
Faz ó, ó, que o soninho já vem

Cantiga de ninar

Cantigas de ninar, canções de ninar, acalantos ou cantigas de embalar são canções que as pessoas entoam para fazer os bebês dormirem suavemente.

Chamadas lula, na Suécia; berceuse, na França; ninnananna ou cantilena, na Itália; kalebka, na Polônia; lulle, na Dinamarca; rurrupatas, no Chile; canción de cuna, na Espanha; lullaby na Inglaterra e Estados Unidos; lullen, na Holanda, canções de embalar, em Portugal; komoruita, no Japão; cantec de legan, na Romênia, cantigas de mucuru, entre os indígenas brasileiros.

Nina-nana é o tom ritmado da voz de quem embala a criança, e é também o nome que se dá à "cantiga de acalentar".

Leite de Vasconcelos distingue três tipos de cantigas: as de berço (ou embalar), as de acalentar e as complexas que servem para embalar e acalentar.

Os temas das cantigas são os temas religiosos como os anjos, os pais ausentes, e as entidades míticas do sono como o João Pestana além das entidades assustadoras de crianças como o papão e a coca.

"O feio bicho papão
Está em cima do telhado
Para ver se o meu menino
Está no berço deitado."


"Vai-te coca vai-te coca
Sai de cima do telhado
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado."

"Dorme filhinho, dorme meu amor, que a faca que corta dá talho sem dor."

O Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira não registra o vocábulo coca (côca), e sim cuca significando bicho-papão, coco, papa-gente, tutu, bitu, boitatá, papa-figo. A coca (côca) ou cuca é um bicho imaginário frequentemente usado para fazer medo às crianças que não querem dormir.

No sul do Brasil mantém-se a figura da cuca, mencionada na obra de Monteiro Lobato. No nordeste, a referência foi perdida, como mostra a substituição na canção de ninar:

"Chô, Chô pavão
Sai de cima do telhado
Deixa o menino dormir
Seu sono sossegado."

No Brasil, dentre as mais conhecidas estão o Dorme nenem (folclore do Nordeste do Brasil, recolhido por Luís da Câmara Cascudo) e o Boi da cara preta (de Dorival Caymmi).

Cuca

A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está num dragão, a coca das lendas portuguesas, tradição que foi levada para o Brasil na época da colonização.

No Brasil, a "Cuca" normalmente é descrita como tendo a forma de um jacaré com longos cabelos loiros. Isso na verdade se tornou mais popular por causa das várias adaptações para a televisão da obra infantil de Monteiro Lobato, o Sítio do Picapau Amarelo, onde a personagem era sempre representada por uma atriz com uma fantasia de jacaré de cabelo amarelo. No livro original "O Saci" escrito por Monteiro Lobato em 1921, a personagem é descrita apenas como uma bruxa velha com rosto de jacaré, e unhas compridas como as de um gavião.

O Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira traz cuca significando bicho-papão, coco, papa-gente, tutu, bitu, boitatá, papa-figo. A cuca é um bicho imaginário criado e usado para fazer medo às crianças choronas que não querem dormir.

Curiosidades

No Brasil a palavra cuca também pode ser o sinonimo de cabeça, mente.

"Cuca" ou "cuca de farofa" também é nome dado no Brasil ao Streuselkuchen, bolo típico alemão (lit. "bolo de flocos", em alemão: Kuchen = "bolo", Streusel = "granulado", "flocos").

Nas Cantigas

No Brasil umas das mais conhecidas "canções de ninar" é a Dorme nenem (folclore do Nordeste do Brasil, recolhido pelo historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo)

Nana nenem
que a cuca vem pegar
papai foi pra roça
mamãe foi trabalhar
Desce gatinho
De cima do telhado
Pra ver se a criança
Dorme um sono sossegado

Na Literatura

O livro infantil O Saci é umas das mais memoraveis obras do escritor brasileiro Monteiro Lobato, que conta as varias aventuras de pedrinho e narisinho com os seres da floresta ao irem morar na chacara da avó Naná. O detalhe da estórea fica por conta da magia e a brasilidade que isso envolve pois priticamente todos os seres da floresta são baseados em lendas brasileiras. Como a Cuca, que é uma adaptação da lenta portuguêsa.

No Cinema

Versão do filme "O Saci"
A primeira versão audiovisual da Cuca, apareceu em um filme de 1951 chamado O Saci (filme), baseado na obra de Monteiro Lobato, onde a personagem era interpretada por uma atriz chamada M.Meneguelli. Mas, diferente de como é conhecida hoje em dia, a Cuca não era representada como uma jacaré femea de cabelos loiros, mas apenas como uma velha de roupas sujas e rasgadas.

Na Televisão

Nas duas versões do Sítio do Picapau Amarelo, produzidas pela Rede Globo, foram usadas cinco fantasias diferentes para a Cuca, na maioria das vezes, sendo sempre mostrada com corpo de jacaré, com exceção da versão do ano de 2007, onde a personagem é feita sem máscara por Solange Couto.

Na versão de 1977, a Cuca era um boneco de jacaré na cor verde escuro, com listras coloridas na barriga, e cabelos loiros compridos. Já em 2001, ela passou a ser representada usando um vestido vermelho com uma capa que lembravam a roupa usada pela madastra da Branca de Neve. Na temporada de 2003, a Cuca ficou mais gorda, com cabelos soltos e mais compridos, e ganhou uma nova roupagem amarela e verde. No ano de 2005, a personagem passou por novas mudanças, ficando com um aspécto mais feio e horripilante, e ganhando uma forma mais parecida com a Cuca do Sítio de 1977, com exceção do fato de que a Cuca dos anos 70 possuia listras coloridas na barriga, e pequenos olhos vermelhos (a Cuca de 2005 lembrava tanto a versão de 1977, que em 2008, quando foram lançados DVDs do "Sítio dos anos 70", foi usada por engano, uma foto da Cuca de 2005 no menu do DVD junto com as fotos dos atores da antiga versão de 1977.) A última mudança na fantasia da Cuca aconteceu no ano de 2007, diferente de todas as adaptações televisivas que já haviam sido feitas antes com a personagem, a Cuca dessa vez não era mais um boneco de jacaré, mas sim a atriz Solange Couto com maquiagem no rosto e dentes pontiagudos, usando um macacão verde.

Curioso é que no ano de 2008, algumas partes das fantasias da Cuca de 2001 e 2005 usadas pela Rede Globo, foram reaproveitadas na peça teatral "Sítio do Picapau Amarelo - O Musical", dirigida por Roberto Talma, que também havia sido o diretor da primeira temporada do Sítio em 2001. Na peça, a cabeça e o rosto da Cuca de 2005 foram usados junto com o corpo e vestido vermelho da Cuca de 2001, misturando as duas versões em uma só.

Coca

A coca é um ser mítico, uma espécie de fantasma, bruxa ou bicho-papão com que se assustam meninos. Embora não tenha uma aparência definida, este ser assustador tinha uma representação figurada, a sua cabeça era uma espécie de abóbora ou cabaça da qual saía luz (ou fogo). A representação da coca era feita com uma panela ou abóbora oca em que se faziam três ou quatro buracos, imitando olhos, nariz e boca, e em que se colocava uma luz dentro e deixava-se, durante a noite, num lugar bem escuro para assustar crianças e pessoas que passavam.

A coca é um ser feminino, o equivalente masculino é o coco embora ambos acabem por ser dois aspectos do mesmo ser, e confundem-se um com o outro na sua representação e no seu papel de assustar meninos; como nenhum destes seres tem uma forma definida toma-se um pelo outro.

Abóbora iluminada

No Minho esta máscara que se faz com a casca de uma abóbora é chamada de coco[2]. Na antiga Beira Alta era costume os rapazes levarem espetada num pau, como símbolo das almas do outro mundo, uma abóbora esculpida em forma de cara, com uma vela acesa dentro, lembrando uma caveira. Segundo Rafael Loureiro, a tradição de esculpir abóboras com rostos é uma tradição milenar na Península Ibérica que remonta ao tempo dos celtiberos, um costume parecido ao que Diodoro Sículo atribuía aos guerreiros hispânicos na batalha de Selinunte em 469 a.C., que penduravam nas lanças as cabeças dos inimigos.

"O costume outonal e infantil de esvaziar aboboras e talhar na sua casca olhos, nariz e boca buscando uma expressão tétrica, longe de ser uma tradição importada por um recente mimetismo cultural americanizante, é um rasgo cultural antiquíssimo na Península Ibérica" ~ Rafael Loureiro

A Festa da Coca

No norte de Portugal, a coca é representada por um dragão com escamas. Na vila de Monção, conhecida como a terra da "coca", ela é chamada de "santa coca" ou "coca rabixa". Na festa do dia do Corpus Christi a coca é o dragão que luta com São Jorge na representação da lenda de São Jorge e o dragão. Há referências à Festa da Coca desde o século XVI.

Após a Procissão do Corpo de Deus, o povo reúne-se no Campo do Souto, antigas instalações do caminho de ferro. O combate das Festas do Corpo de Deus decorre num anfiteatro em terra batida construído em paralelo ao troço que chegou a ser aberto até São Gregório. A coca (o dragão) – uma estrutura de madeira com um homem no interior – e um cavaleiro representando S. Jorge, com uma capa vermelha, elmo e lança, iniciam a "luta". A coca é empurrada, contra o cavalo, enquanto o cavaleiro tenta enfiar a lança na mandíbula da fera. São Jorge tenta lançar um golpe sobre a orelha da coca. A coca sem a orelha perde a força.

"A tal Coca é um monstro em figura de dragão. É de arcos , cobertos de lona, e rodas por baixo, sobre as quais marcha e contra marcha. Tem asas, pontas, e uma grande cauda retorcida. A boca é de molas, e, para que se abra e feche, atam-lhe uma corda porque puxam atrás os homens que fazem andar o dragão para meter medo ao cavalo. Esta luta de São Jorge com a santa Coca é a que mais embasbaca o povo."

Segundo a lenda , quando o cavaleiro ganha, o ano agrícola é fértil; quando é a Coca que vence o ano agrícola é mau.

A mais antiga referência à Coca surge no Livro 3 de Doações de D. Afonso III, ano de C. de 1274:

"E se per ventura algua Balea ou Baleato ou serea ou coca ou Roaz ou Musaranha ou outro pescado grande que semelhe algun destes morrer em Sesimbra ou em Silves ou em outros lugares da Ordin de El Rey."

Literatura

Na literatura oral a coca é tema das cantigas de embalar, tal como o bicho-papão que rouba criancinhas ou a Maria-da-Manta que tem fogo nos olhos, é um ser que assusta as crianças, está sempre à espreita (está sempre à coca), e impede que o sono chegue. O sono é muitas vezes personificado por um outro ser mítico, o João Pestana.

“Vai-te coca vai-te coca
Para cima do telhado
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado.”

No Auto da Barca do Purgatório (1518), de Gil Vicente, um menino identifica o diabo como o "coco" [9]:

“Mãe e o coco está ali
queres vós estar quedo co'ele?
Demo: Passa passa tu per i.
Menino: E vós quereis dar em mi
Ó demo que o trouxe ele."

Nas Décadas da Ásia (1563), João de Barros descreve como o nome do coco (fruto), teve origem nesta tradição:

“[...]por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco,
nome imposto pelas mulheres a qualquer cousa, com que querem fazer medo às crianças,
o qual nome assi lhe ficou[...]”

Rafael Bluteau, no primeiro dicionário da língua portuguesa o Vocabulario Portuguez e Latino (1712) define o coco e a coca como caveiras:

“O Coco ou a Coca. Usamos destas palavras, para pôr medo aos meninos, porque a segunda casca do Coco tem na sua superfície três buracos com feição de caveira.“

A coca e o coco no mundo

O papel de assustar meninos estendeu-se até ao Brasil, levado pelos primeiros colonizadores, onde a coca é conhecida por um outro sinónimo: Cuca.

Na Catalunha este ser é chamado de "cuca" ou "cucafera" e é frequentemente representada por um dragão.

Na Galiza a coca é representada por um dragão e o dia da coca é celebrado em Redondela no dia do Corpus Christi. A representação da coca, com uma abóbora iluminada, faz parte do património imaterial galego-português. Na Galiza é tema na festa das caliveras, ou samaín, e assume vários nomes: calacús, caveiras de melón, calabazotes, colondros etc. Em Ribadeo o coco e a coca são representados por dois gigantes. O mito do coco também se espalhou pelos países de língua castelhana e, segundo o dicionário da Real Academia Espanhola, “el coco” (também chamado de “el cuco”) teve origem no fantasma português: “(Del port. côco, fantasma que lleva una calabaza vacía, a modo de cabeza). Fantasma con que se mete miedo a los niños”.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tapetes Voadores

  O Ministério da Magia pode ter declarado que os tapetes voadores são ilegais, mas isso não foi suficiente para que essas maravilhosas peças de tapeçaria fossem abandonadas por alguns magníficos magos * e mágicos * do Extremo Oriente.
  As historias mais antigas sobre tapetes mágicos estão ligadas ao rei Salomão. Filho de Davi (o famoso Davi que lutou contra Golias) e Bathsheba, Salomão é tradicionalmente considerado o maior soberano de Israel na antiguidade. Segundo o Livro dos Reis no Velho Testamento, Salomão era um político hábil e um guerreiro feroz. Com seus exércitos poderosos, criou um império que se estendia desde o Egito ate o rio Eufrates, no Iraque. Rei de Sabedoria e justiça incomuns, adorava a beleza, escrevia poemas refinados e construiu templos e palácios espetaculares.

Trasgos

  Apesar da palavra “trasgo” ser usada na maior parte do tempo para descrever um monstro, características bastante específicas distinguem os trasgos dos outros seres que surgem à noite. Os trasgos são criaturas sobrenaturais extremamente feias que habitam os frios países da Escandinávia, no norte da Europa. São seres ferozes e malvados que gostam de carne humana e de tesouros roubados; eles também são gigantescos, extremamente fortes e notoriamente ignorantes. Mas talvez essas características possam ser perdoadas, pelo menos por alguns instantes, quando lembramos que foi graças a um trasgo montanhês de quase quatro metros de altura que Harry, Rony e Hermione se tornaram amigos tão depressa.
  Há registros de trasgos vivendo nas florestas e montanhas da Escandinávia desde que os homens foram para essa região pela primeira vez, no final da era glacial. Eles fazem parte dos primeiros mitos e lendas populares da Noruega e da Suécia. Além do tamanho gigantesco, as características mais evidentes do trasgo são seus longos narizes curvados, sua grossa calda, seus enormes pés chatos, a falta de um ou mais dedos nas mãos e nos pés (eles têm apenas três ou quatro) e a grande quantidade de pêlos e musgo que cobre suas cabeças e narizes. Há também relatos de trasgos com apenas um olho no meio da testa enrugada, outros com duas ou três cabeças e outros, ainda, que têm árvores crescendo em seus narizes. Nas lendas populares mais recentes, os trasgos passaram a ser descritos como sendo muito pequenos, ou do tamanho de seres humanos, e mais inteligentes que seus predecessores.

Vassoura Voadora

  Ninguém gosta tanto de uma vassoura voadora quanto uma bruxa * . A grande afeição de Harry pela sua Firebolt faz com que pensemos que os magos * também são grandes fãs de vassouras. Porém, historicamente falando, quase todas as pessoas vistas cruzando o céu numa vassoura eram mulheres. Quando, por acaso, um mago ou feiticeiro dizia ser capaz de voar, era mais provável que usasse um forcado!
  Embora as ilustrações populares de nossos dias invariavelmente mostrem as vassouras como o meio de transporte das bruxas, nem sempre foi. Assim. Entre 1.450 e 1.600, aproximadamente, quando a crença no poder da bruxaria estava disseminada por toda Europa, contava-se que as bruxas subiam ao céu e rumavam para suas reuniões à meia-noite montadas em cobras, bois, ovelhas, cães e lobos além de varas, pás e bastões. As vassouras voadoras, segundo alguns pesquisadores, acabaram por se tornar o veículo predileto por causa do papel tradicional das mulheres como donas-de-casa.

Veela

  Os homens ficam, com freqüência, meio abobalhados quando vêem mulheres especialmente bonitas, mas raramente chegam a cair da arquibancada, como quase aconteceu com Harry e Rony quando viram as veelas, as encantadoras mascotes do time de quadribol da Bulgária.
  Espíritos femininos do folclore da Europa Oriental, as veelas são criaturas camaleônicas que vivem nas florestas, lagos, montanhas e nuvens. Sob a forma animal, podem aparecer como cisnes, cavalos, falcões, cobras * ou lobos, mas sua forma mais atraente e perigosa é a humana, quando se tornam lindas jovens com longos cabelos esvoaçantes e dançam sob a lua de verão. Os jovens influenciados por seu poder perdem completamente a razão: eles se tornam entorpecidos e se esquecem de comer, beber ou dormir, sendo que isso pode durar vários dias. Qualquer pessoa azarada o suficiente para surpreender uma veela dançando irá se juntar a ela e dançar, dançar e dançar até a morrer de exaustão. E pobre daquele que pisar em um anel de fada * – o círculo de grama pisoteada onde a veela dançou –, porque será perseguido pelo azar ou pela doença. Apesar de as veelas poderem ser benevolentes com os humanos e dividir seus dons de cura e profecia, elas são bastante temperamentais. Não toleram mentiras ou falsidades e infligem castigos terríveis, sobretudo aos que quebram uma promessa.
  Em algumas tradições é dito que as veelas se casam com humanos, se estabelecem e criam famílias, aparentemente sem nenhum efeito negativo para sua espécie. Fleur Delacour, representante de Beauxbatons no Torneio Tribruxo, tinha uma avó veela e parecia ser uma boa pessoa, mas, por via das dúvidas, é melhor na irritá-la.

 Cálice de Fogo, 8.

Zumbi

  Quando o professor Quirrell se gaba te ter ganho seu turbante com recompensa por ter  afugentado um zumbi incômodo, muitos de seus alunos têm sérias dúvidas. Em primeiro lugar, o turbante tem um cheiro desagradável e incomum de alho, um sinal de que deve ter sido feito, na verdade, para proteger o dono de vampiros * . Em segundo lugar, o bom professor sempre muda de assunto quando perguntam como exatamente ele derrotou o zumbi. Essa é um a pergunta que qualquer professor qualificado para ensinar Defesa contra as Artes das Trevas devia saber responder, já que os zumbis são a criação dos praticantes de magia negra mais perversos, os feiticeiros * vodu.
  Um zumbi é basicamente um defunto ambulante – um ser que parece humano mas que não tem inteligência, alma, nem vontade própria e apenas obedece às ordens de seu criador. Incapaz de sentir dor, medo ou remorso, o zumbi é uma arma poderosa para qualquer praticante das Artes das Trevas * . Apesar de não haver provas da existência dos zumbis, há muitas lendas a seu respeito em todos os lugares onde os cultos de vodu são praticados.

O Manual do Bruxo

Um dicionário do mundo magico de Harry Potter.

  As aventuras espantosas de Harry e seus amigos passam tão depressa que poucas vezes temos chance de refletir sobre a riqueza da mitologia, do folclore e das histórias reais que estão brilhando abaixo da superfície. Um dos maiores prazeres de ler os livros de Harry Potter vem, justamente, dessa riqueza extraordinária do universo mágico que eles contém todos têm histórias fascinantes e muitas vezes surpreendentes que montam a centenas de anos.
  O Manual do Bruxo dá, ao leitor curioso, a chance de pesquisar qualquer coisa “mágica” que apareça nos primeiros quatro livros de Harry Potter e descobrir uma fascinante e inesperada riqueza de informações.
  A história de todas as crenças mágicas é muito ampla, por isso os autores se restringiram às lendas diretamente ligados a Harry.

VolkLore



A palavra folclore é aceita internacionalmente desde 1878. A expressão apareceu pela primeira vez na imprensa publicada na revista The Athenaeum, há cerca de 150 anos. O texto, do arqueólogo inglês William John Thoms, propunha o estudo de culturas diversas. O autor sugeria a junção das palavras das palavras Folk (cognato do Inglês para "Volk" do alemão), correspondente a "povo" e lore correspondente a sabedoria (também do alemão).



Quem isto ouvir e contar em pedra se há de tornar...