quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Contos de Fadas




Sumário
APRESENTAÇÃO
Um eterno encantamento, por Ana Maria Machado
CHARLES PERRAULT
Cinderela ou O sapatinho de vidro
Pele de Asno
O Gato de Botas ou O Mestre Gato
O Pequeno Polegar
Chapeuzinho Vermelho
Barba Azul
JEANNE-MARIE LEPRINCE DE BEAUMONT
A Bela e a Fera
JACOB E WILHELM GRIMM
A Bela Adormecida
Branca de Neve
Chapeuzinho Vermelho
Rapunzel
João e Maria
HANS CHRISTIAN ANDERSEN
A roupa nova do imperador
O Patinho Feio
A pequena vendedora de fósforos
A Pequena Sereia
A princesa e a ervilha
JOSEPH JACOBS
João e o pé de feijão
A história dos três porquinhos
ANÔNIMO
A história dos três ursos
Fontes
Copyrig

A história dos três porquinhos

ERA UMA VEZ, quando porcos faziam rimas,
Macacos mascavam tabaco,
Galinhas cheiravam rapé para ficarem fortes,
E patos faziam quac, quac, quac, Oh!

Havia uma velha porca que tinha três porquinhos, e como não tinha o bastante para sustentá-los, mandou-os partir em busca da sorte. O primeiro que se foi encontrou um homem com um feixe de palha, e disse a ele:
“Por favor, homem, me dê essa palha para eu construir uma casa.”

Cinderela ou O sapatinho de vidro

ERA UMA VEZ um fidalgo que se casou em segundas núpcias com a mulher mais soberba e mais orgulhosa que já se viu. Ela tinha duas filhas de temperamento igual ao seu, sem tirar nem pôr. O marido, por seu lado, tinha uma filha que era a doçura em pessoa e de uma bondade sem par. Nisso saíra à mãe, que tinha sido a melhor criatura do mundo.

Assim que o casamento foi celebrado, a madrasta começou a mostrar seu mau gênio. Não tolerava as boas qualidades da enteada, que faziam suas filhas parecerem ainda mais detestáveis. Encarregava-a dos serviços mais grosseiros da casa. Era a menina que lavava as vasilhas e esfregava as escadas, que limpava o quarto da senhora e os das senhoritas suas filhas. Quanto a ela, dormia no sótão, numa mísera enxerga de palha, enquanto as irmãs ocupavam quartos atapetados, com camas da última moda e espelhos onde podiam se ver da cabeça aos pés.

Branca de Neve

   ERA UMA VEZ uma rainha. Um dia, no meio do inverno, quando flocos de neve grandes como plumas caíam do céu, ela estava sentada a costurar, junto de uma janela com uma moldura de ébano. Enquanto costurava, olhou para a neve e espetou o dedo com a agulha. Três gotas de sangue caíram sobre a neve. O vermelho pareceu tão bonito contra a neve branca que ela pensou: “Ah, se eu tivesse um filhinho branco como a neve, vermelho como o sangue e tão negro como a madeira da moldura da janela.” Pouco tempo depois, deu à luz uma menininha que era branca como a neve, vermelha como o sangue e negra como o ébano. Chamaram-na Branca de Neve. A rainha morreu depois do nascimento da criança.

Branca de Neve e Rosa Vermelha

Era uma vez uma pobre viúva que vivia numa cabana solitária. Na frente da cabana havia um jardim onde dois pés de roseiras cresciam orgulhosos, um dos quais dava rosas brancas e o outro produzia rosas vermelhas. Ela tinha duas filhas que eram parecidas com os dois pés de roseira, e uma delas se chamava Branca de Neve, e a outra Rosa Vermelha. Elas eram boas meninas e viviam felizes, eram ágeis e carinhosas como somente duas crianças no mundo poderiam ser, apenas Branca de Neve era mais tranquila e mais gentil do que Rosa Vermelha. Rosa Vermelha gostava mais de correr pelos campos e pradarias em busca de flores e caçando borboletas; mas Branca de Neve gostava de ficar em casa com sua mãe, e a ajudava nas tarefas domésticas, ou lia para ela quando não havia nada para fazer. As duas meninas gostavam tanto uma da outra que quando elas andavam pelas ruas, elas sempre seguravam uma na mão da outra, e quando Branca de Neve dizia, “Jamais nos separaremos um dia,” Rosa Vermelha respondia, “Jamais, enquanto vivermos,” e a mãe delas completou, “O que uma tinha, fazia questão de dividir com a outra.”



Quem isto ouvir e contar em pedra se há de tornar...